DESENHO E PINTURA CRIANDO NOVAS REDES NEURAIS NO CÉREBRO
-NEURO
ARTE
TERAPIA-
Diferente da já conhecida arteterapia, a “neuroarteterapia”, apesar de usar materiais da arte como: pinceis espátulas; telas; lápis; papeis; tintas; argilas entre outros, não coloca tanta atenção apenas na expressão simbólica do paciente, que sem dúvida é importante, foca na ação da neuroplasticidade cerebral, usado as poderosas ferramentas da arte para ativar e modular redes neurais. A estética no caso, serve como um valioso recurso para documentação do desenvolvimento terapêutico.
Já na “neuroarteterapia”, indo além, não apenas os materiais tomam o papel expressivo, mas sim a arte profunda, com seus segredos e mistérios transformadores, onde cada paciente entra em contato com sua própria estética na busca e conquista do gesto criador. Nesse outro processo dois focos principais são evidenciados, a descoberta do seu potencial latente e uma profunda intervenção no cérebro, agindo de forma supervisionada na sua organização, estruturação e estímulo.
Esse processo terapêutico que beneficia a todos, pode ser também uma grande ajuda para pacientes neurológicos como uma forma paralela de terapia. Muito indicado também, para comorbidades como: depressão, síndrome do pânico, dependências, ansiedade entre outras. E tudo isso acontece num consultório/ateliê de arte, de maneira lúdica, prazerosa e criativa sob a supervisão de profissionais experientes e preparados.
A “neuroarteterapia”, diferencia-se também da Terapia Ocupacional (TO), pois além da satisfação da produção em si da ocupação com o ato do fazer, ela tem um aspecto emocional relevante, uma vez que mobiliza sentimentos e sua elaboração, promovendo dessa forma a busca pelo autoconhecimento.
No processo neuroarteterapêutico, o paciente é conduzido de forma técnica e supervisionada para o encontro dele o gesto criativo e o caráter criador e revelador daquilo que por ele foi produzido.
Esse é o fantástico encontro dele com a arte profunda, onde ele passa a ser fiel interprete de suas imagens internas que estão prontas para serem reconhecidas, acolhidas, ressignificadas, transformadas e integradas à sua totalidade, confirmando o pensamento junguiano. No final percebe-se que a obra que surge é uma radiografia emocional daquele sentimento vivido. Num balanço geral, sabe-se que exercícios cerebrais foram utilizados de formas variadas a depender do objetivo e demandas específicas de cada paciente. Nesse momento várias regiões cerebrais foram mobilizadas na: criação de memórias; estimulação da criação de sinapses; estimulação de produção de certas substâncias neurais entre outros. Tudo isso aconteceu nessa aparente simples intervenção.
A neuroarteterapia é indicada para qualquer idade, mas no caso o público alvo é composto por idosos e jovens que necessitem acompanhamento terapêutico, com recursos que valorizem a autoestima dos mesmos proporcionando também uma melhor adaptação familiar e social, com ganho de qualidade de vida.
A neuroarteterapia tem também além das questões neurais, o objetivo de facilitar a resolução de conflitos interiores e o desenvolvimento da personalidade e dos potenciais latentes do indivíduo. Pelo seu caráter transformador, pode ser aplicada em crianças, adolescentes, adultos, idosos, enfermas ou saudáveis. É exercida em ateliês terapêuticos associados à instituições neurológicas realizando atendimentos individuais ou em grupos.
Objetivos Específicos:
- Exercícios para resgate da perda parcial de memória;
- Recuperação da motricidade na impossibilidade de exercer atividades corriqueiras, assim como dificuldades ligadas a estrutura corporal;
- Restauração da alegria de viver no encontro consigo mesmo;
- Tratar questões relacionadas à solidão; depressão; insegurança;
- Resgate do foco e da concentração dentro do limite de cada um;
- Conscientização do processo de mudanças que cada ser humano tem na vida, equilíbrio das perdas e ganhos, assim como o entendimento das mesmas;
- Compreensão do processo natural da vida e suas atitudes;
- Melhoria da autoestima, da confiança e da capacidade de aceitação pessoal;
- Otimização das relações familiares;
- Resgate do processo criativo;
DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A NEUROARTETERAPIA E A ARTETERAPIA
NEUROARTETERAPIA
ARTETERAPIA
Na neuroarteterapia, a expressividade também acontece, uma vez que arte é baseada na expressão, porém não é seu foco principal, o foco é o fazer artístico operacional. O fazer artístico técnico é o fundamento, pois utiliza o processo da arte reversa, para ativar, reorganizar, regenerar e reabilitar as redes neurais usando a neuroplasticidade e a interhemisferização do cérebro. Esse processo é utilizado de maneira bem focada direcionando para distintos processos terapêuticos como, Parkinson, Alzheimer entre outras enfermidades degenerativas do cérebro.
Como a neuroarteterapia, usa a arte na sua completa ação, e o fazer artístico ocupa um papel fundamental, as técnicas recebem grande atenção. Existem técnicas estruturantes, de desapego, de consolidação de memória, de reabilitação da motricidade, de flexibilização, de equilíbrio emocional entre outros. As técnicas possuem indicações precisas e posologia.
Por causa da aplicação bem precisa das técnicas, a qualidade e especificidade dos materiais, são de suma importância. Tudo acontece com muitas técnicas e processos, que visam agir neuroplasticamente, atuando nas redes neurais.
A estética final da produção é rico documento, carregado de informações. Essa produção poderia ser chamada de: Exame de Imagem Cerebral, podendo conter valiosas informações como: nível de visão, percepção, estado de motricidade, amplitude viso-espacial, grau de ansiedade, nível de clareza e organização cerebral entre outros.
Para neuroarteterapia, o cérebro é o fundamental, pois foca sua atenção na recuperação e prevenção da memória, na reabilitação da motricidade, bem como na ativação cerebral como um todos. Além da patologias neurodegenerativas, atuando também na dislexia, discalculia, disgrafia, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade entre outros. O foco é bem cerebral, mas quando essas questões são abordadas, o campo emocional é indiretamente influenciado.
A abordagem da arte, dentro da arteterapia, proveniente da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana, tem o caráter meramente expressivo. Fora a expressividade, o único outo elemento da arte utilizado, são alguns materiais mais básicos das artes, como, papel, lápis de cor, giz cera, pinceis simples, têmpera guache, cola, argila e material variado para colagem. A lei máxima da arteterapia é a expressividade, no num processo terapêutico onde as palavras falham, entre a ação expressiva com os matérias de arte. O simbólico e a subjetividade sustentam todo o processo. A arteterapia, poderia ter outra denominação mais precisa, “Terapia de Expressividade”, o que definiria com muito mais propriedade o que ela realmente é .
Segunda a arteterapia, as técnicas se restringem a escolhas mais genéricas, técnicas provocam mais fluidez e técnicas que obrigam mais contensão. Tecnicamente o terapeuta conduz algumas escolhas de materiais, para desafiar produtivamente os pacientes.
O foco dos materiais é secundário, uma vez que não se trata de uma produção artística de qualidade artística, dentro do fazer operacional. O que importa é o resultado simbólico.
Para a arteterapia, a estética final não tem a menor importância, o que tem valor é o conteúdo simbólico dos pacientes.
O recorte principal é a regulação emocional do paciente, não obstante, como o corpo funciona em cadeia o cérebro também, num certo grau, é beneficiado.